Por Danilo Barboza
Vai ver …
Tomei um ônibus numa quinta-feira na Paulista, às 17:30 horas aproximadamente. Atravessamos a avenida de ponta a ponta sem problemas, o trânsito fluía de modo contínuo. Então entramos no túnel que dá acesso para a Av. Rebouças, e paramos. Levamos quinze minutos para chegar ao corredor da Rebouças, talvez uns 100 metros. A um comentário de um colega de infortúnio, o motorista respondeu que estava muito bom, que ele já havia ficado uma hora para atravessar os mesmos 100 metros. Uma hora!
Aprendi que a confluência da Paulista com a Consolação para formar a Rebouças é, se não o pior, certamente um dos dez piores nós de trânsito em São Paulo, e aprendi que o problema não é de hoje, o que me faz pensar onde anda o poder público de São Paulo que não resolve o problema.
Aprendi outra coisa quando finalmente entramos no corredor de ônibus. Este é usado não só por veículos de transporte coletivo, aí incluídos os ônibus, micro-ônibus e táxis, e por veículos que necessitam urgência em seu deslocamento, como ambulâncias, polícia e bombeiros; também os veículos oficiais têm permissão de usar os corredores, segundo o motorista. Não creio que tal privilégio tenha respaldo legal, mas ele existe de fato, como se vê da impressão que tinha o motorista. Tais veículos não são nem transporte coletivo nem necessitam urgência, é privilégio escancarado mesmo. Fazem porque podem, são “autoridades”, que não querem sofrer as agruras que sofre o populacho.
Vai ver, a inércia em resolver problemas de trânsito que martirizam a vida do povo é explicada pelo seu desconhecimento por parte dos detentores de cargo, que não os sofrem. Vai ver, privilégios semelhantes explicam a dificuldade de resolver outros de nossos problemas, como os da saúde, educação, e tantos mais.
Vai ver!